02/01/2007

Peso e Medida

De repente...
Não mais que de repente...

(...) E só ficaram as vestes noturnas da saudade
E pousaram, sobre mim, as escuras asas da sobriedade.

Porque o verde virou cinza
(tenho visto, não há cor pior!)
E o azul glicerina
(tenho dito: a imagem deformou-se de tanta dó).

O olhar sereno, meigo, inocente
perdeu a cor, o ritmo, o tom
Dando lugar à dúvida, à luxúria...
Ao peso e a medida da razão.

E o olhar entristecido,
embevecido, no trajeto e no passo vazio,
rio estarrecido das cores cinzas do frio coração.

Assim, haja vista!

"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)