13/01/2007

Vento epistolar
















Foi-se o vento
Foi-se a alegoria
Foi-se o fragmento
Foi-se a pasmaria.

Foi-se o mar
A tempestade e seus vendavais
Foi-se o luar
A maré cheia e os óculos assaz.

Fez-se o adeus
(Sem medo, sem coragem)
Fez-se como Prometeu
À rocha da humanidade.

Foi-se, fez-se...

com água, a fronte
com fogo, o olhar
com terra, o lume:
O vento epistolar.

(Foi-se, fez-se...)



"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)