15/01/2008

Àgua morna


Andei triste: in-confesso!
Olhos vendados, despidos, in-tépidos.

Andei na contra-mão
e, na inquietude e turva solidão, me vi.

Andei encoberta por verdes espumas
e, na água morna, me desfiz.

Andei sufocada por azuis esperanças
e, à moda de criança, me despi.

Andei assaltando negras feras...
e, sem controvérsias, me rendi.

Andei por entre fossos, poços e róseas pétalas
e, sem critérios, parâmetros ou ruelas,
me absorvi.

Andei por entre imagens, cânticos e quimeras
e, às custas de pouca ou nenhuma métrica,
me senti:

entristecer...


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)